“Todas
as dores podem ser suportadas se você as puser numa história ou contar uma
história sobre elas” – é a partir dessa citação feita por Isak Dinesen, que
Arendt escreveu sobre a importância que, em tempos sombrios, obras, pessoas e
actos possuem de iluminar a vida. 12
A
técnica narrativa utilizada por Schlink nos coloca hora na posição de Hanna, ora
das testemunhas, ora na do próprio Berg. Tornamo-nos
cúmplices de todos os segredos nela envolvidos. É sem dúvida uma leitura
catártica muito bem descrita por Arendt no livro Homens em Tempos Sombrios. Talvez
essa seja a principal tarefa da leitura, propiciar diversas vivências, desde a
mais aterradora à mais sublime filosofia.
Schlink experimentou as mais variadas formas a repercussão de sua obra, principalmente após seu lançamento no cinema. Já em 2002 acontece o primeiro debate sobre se, o Leitor não teria, na verdade, o objetivo de reduzir a questão da culpa alemã ao minimizar as atitudes de Hanna como justificáveis por sua alienação de responsabilidades.
Essa mesma acusação foi sofrida por Hannah Arendt no seu livro “Eichmann em Jerusalém” (1999), no qual a autora cunha pela primeira vez a expressão “banalização do mal”, como a prática inquestionável ou racional da obediência. Para alguns, tal observação soou ofensiva, por retirar a culpa de um acusado para atribuí-la ao sistema. Polêmicas históricas, políticas, filosóficas e psicológicas à parte, o foco desse trabalho é literário, e tenta enxergar a prática da leitura como instrumento de propiciar maior capacidade de discernimento.
Schlink experimentou as mais variadas formas a repercussão de sua obra, principalmente após seu lançamento no cinema. Já em 2002 acontece o primeiro debate sobre se, o Leitor não teria, na verdade, o objetivo de reduzir a questão da culpa alemã ao minimizar as atitudes de Hanna como justificáveis por sua alienação de responsabilidades.
Essa mesma acusação foi sofrida por Hannah Arendt no seu livro “Eichmann em Jerusalém” (1999), no qual a autora cunha pela primeira vez a expressão “banalização do mal”, como a prática inquestionável ou racional da obediência. Para alguns, tal observação soou ofensiva, por retirar a culpa de um acusado para atribuí-la ao sistema. Polêmicas históricas, políticas, filosóficas e psicológicas à parte, o foco desse trabalho é literário, e tenta enxergar a prática da leitura como instrumento de propiciar maior capacidade de discernimento.
0 comentários:
Postar um comentário