Na comparação salarial com os colegas da América Latina, os docentes brasileiros perdem – e estão muito longe dos países desenvolvidos.
Foto Dercílio. Ilustração Victor Malta
Obs: o dólar PPP (poder de paridade de compra) é um fator de conversão que considera o poder de compra da moeda no país e não o câmbio.
Aos olhos dos melhores estudantes do Ensino Médio, os pontos negativos da carreira docente estão ofuscando suas vantagens. Mas o cenário não é irreversível. Para apontar saídas para a crise de atratividade, a Fundação Victor Civita (FVC) e a Fundação Carlos Chagas (FCC) reuniram, em novembro de 2009, um grupo de 17 especialistas de diversas áreas da Educação. O resultado foi um rico conjunto de ideias, resumidas em oito propostas práticas para tornar possível selecionar, formar e manter em sala de aula os jovens mais bem preparados.
1. Oferecer salários iniciais mais altos
A conta é simples: se a remuneração não compensar, os melhores candidatos vão buscar outras ocupações que exijam dedicação e nível de escolaridade semelhantes. No Brasil, a docência tem péssimas médias salariais em comparação com outras profissões (o rendimento médio de um advogado, por exemplo, é três vezes maior). Em nível internacional, a situação é igualmente ruim: nossos professores ganham menos que os vizinhos da América Latina e muito menos que os colegas dos 30 países que compõem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Aumentar os salários é uma medida que faz sentido a longo prazo, pois aumenta a chance de trazer bons alunos para o Magistério”, resume o economista Naércio Menezes Filho, da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper). Outra necessidade é tornar todas as etapas de ensino financeiramente atraentes, especialmente a Educação Infantil e o Ensino Fundamental (leia mais no quadro da página seguinte).
De quem depende a ação União, estados e prefeituras.
Custo Alto.
Tempo estimado Longo prazo.
Onde deu certo Noruega. O país continua atraindo bons profissionais com salários competitivos desde o início da carreira docente.
Fontes:
La Inversión Educativa en América Latina y el Caribe e Education at a Glance 2007. Dados de 2005.
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