terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O QUE É: Teoria Literária?


“A literatura pode ser considerada um produto cultural e, sendo assim, não é homogêneo, muito menos óbvio. (www.sitedeliteratura.cjb.net)

A Teoria Literária surgiu nos séculos V e IV a.C com as obras de Homero: Odisséia e Ilíada, e preocupa-se com os diversos aspectos da produção textual. Tornou-se obrigatória no currículo do curso de Letras a partir de 1961. Essa disciplina tem como objetivo, construir uma interpretação coletiva em volta da compreensão crítica das obras literárias através do estudo de aspectos teóricos da poesia e do romance, envolvendo suas relações com a sociedade e a psicanálise, analisando os diferentes níveis do discurso na perspectiva de literatura comparada de autores como: José de Alencar, Machado de Assis, Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, João Cabral de Mello Neto, Augusto Meyer, Simões Lopes Neto, Clarice Lispector, Osman Lins, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, Torquato Neto, Jorge de Lima, Dalton Trevisan, Chico Buarque de Holanda, Maria Clara Machado, Cortázar, Borges, Huidobro, Girondo, Brecht, Gógol, o cineasta Glauber Rocha, José Veríssimo, Álvaro Lins, Tristão de Ataíde, etc.

A necessidade de teorizar sobre literatura surgiu com Platão e Aristóteles, com sua obra póstuma: Poética. Na Ilíada e Odisséia, por exemplo, acreditava-se que a origem da literatura era e divina, pois tinha o poder de “encantar” a todos. Existem duas formas diferentes de análise da Teoria Literária:
  • Grupo normativo: é a chamada estética clássica, onde a leitura visa alcançar o conhecimento profundo e analítico seguindo as rígidas normas impostas, deve-se, portanto, teorizar sobre a forma antes de criar o texto.
  • Grupo descritivo: é o prenúncio da estética romântica , classifica literatura como lazer, não como objeto de estudo. Nesse grupo, o autor é livre para produzir espontaneamente sua obra e só depois classificá-la em um gênero literário.
A partir dessas formas de pensar diferentes, pode-se destacar 5 momentos históricos sobre a teoria literária:

1º - Séc IV e V a.C: Platão e Aristóteles. Havia indicações normativas com tendência descritiva, a investigação era aberta e sem grandes preocupações com tais normas;
Nesse período surge maior imposição do tom normativo, persistindo a estética clássica;
3º Idade Média: Surge a oratória como forma de imposição e persuasão;
4º Fins do séc. XV até séc. XVIII:  A “Poética” de Aristóteles é redescoberta e estudada juntamente com outros teóricos e do seu teor normativo, surge o conjunto de normas, chamado Preceptística (junção de preceitos).
5º A partir do séc. XIX: Surgimento do Romantismo, onde o tom descritivo tem prioridade. Não há normas: o “criar literário” vem da inspiração e genialidade do autor. O que importa é a impressão que a obra causa no leitor (característica essa, fundamental do Impressionismo).

Após a chegada do Romantismo, o autor passa a ter mais liberdade para criar no limite da sua imaginação, porém essa liberdade faz surgir obras de uma qualidade e conteúdo duvidoso, cabendo aos leitores julgar aquilo que lhe convém.

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