terça-feira, 28 de junho de 2011

UBUNTU

  

UBUNTU

A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu.


Ela  contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando  terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele  chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro. 

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas   as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. 

Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós  poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"

Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda  não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa: "Sou quem sou, porque somos todos nós!" 

Atente para o detalhe: porque SOMOS, não pelo que temos...


UBUNTU PARA VOCÊ!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O QUE É: Teoria Literária?


“A literatura pode ser considerada um produto cultural e, sendo assim, não é homogêneo, muito menos óbvio. (www.sitedeliteratura.cjb.net)

A Teoria Literária surgiu nos séculos V e IV a.C com as obras de Homero: Odisséia e Ilíada, e preocupa-se com os diversos aspectos da produção textual. Tornou-se obrigatória no currículo do curso de Letras a partir de 1961. Essa disciplina tem como objetivo, construir uma interpretação coletiva em volta da compreensão crítica das obras literárias através do estudo de aspectos teóricos da poesia e do romance, envolvendo suas relações com a sociedade e a psicanálise, analisando os diferentes níveis do discurso na perspectiva de literatura comparada de autores como: José de Alencar, Machado de Assis, Euclides da Cunha, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, João Cabral de Mello Neto, Augusto Meyer, Simões Lopes Neto, Clarice Lispector, Osman Lins, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, Torquato Neto, Jorge de Lima, Dalton Trevisan, Chico Buarque de Holanda, Maria Clara Machado, Cortázar, Borges, Huidobro, Girondo, Brecht, Gógol, o cineasta Glauber Rocha, José Veríssimo, Álvaro Lins, Tristão de Ataíde, etc.

A necessidade de teorizar sobre literatura surgiu com Platão e Aristóteles, com sua obra póstuma: Poética. Na Ilíada e Odisséia, por exemplo, acreditava-se que a origem da literatura era e divina, pois tinha o poder de “encantar” a todos. Existem duas formas diferentes de análise da Teoria Literária:
  • Grupo normativo: é a chamada estética clássica, onde a leitura visa alcançar o conhecimento profundo e analítico seguindo as rígidas normas impostas, deve-se, portanto, teorizar sobre a forma antes de criar o texto.
  • Grupo descritivo: é o prenúncio da estética romântica , classifica literatura como lazer, não como objeto de estudo. Nesse grupo, o autor é livre para produzir espontaneamente sua obra e só depois classificá-la em um gênero literário.
A partir dessas formas de pensar diferentes, pode-se destacar 5 momentos históricos sobre a teoria literária:

1º - Séc IV e V a.C: Platão e Aristóteles. Havia indicações normativas com tendência descritiva, a investigação era aberta e sem grandes preocupações com tais normas;
Nesse período surge maior imposição do tom normativo, persistindo a estética clássica;
3º Idade Média: Surge a oratória como forma de imposição e persuasão;
4º Fins do séc. XV até séc. XVIII:  A “Poética” de Aristóteles é redescoberta e estudada juntamente com outros teóricos e do seu teor normativo, surge o conjunto de normas, chamado Preceptística (junção de preceitos).
5º A partir do séc. XIX: Surgimento do Romantismo, onde o tom descritivo tem prioridade. Não há normas: o “criar literário” vem da inspiração e genialidade do autor. O que importa é a impressão que a obra causa no leitor (característica essa, fundamental do Impressionismo).

Após a chegada do Romantismo, o autor passa a ter mais liberdade para criar no limite da sua imaginação, porém essa liberdade faz surgir obras de uma qualidade e conteúdo duvidoso, cabendo aos leitores julgar aquilo que lhe convém.

FONTE: