terça-feira, 25 de maio de 2010

Distinção entre: Pluralidade cultural e multiculturalismo.



Os seres humanos possuem diversas variáveis físicas como: cor da pele, altura, forma dos olhos, boca, nariz, cor e textura dos cabelos, e outros, mas também, dependendo de onde e quando nasceram, possuirão diferenças históricas, políticas, tecnológicas, sociais, culturais, econômicas, religiosas, morais, de linguagem, etc. Essa diversidade dentro da espécie humana é a chamada "pluralidade cultural" e desde que o homem adquiriu formas de se locomover a grandes distancias, ela tem sido causa e efeito da evolução do planeta.

Se por um lado a diversidade cultural promove o surgimento de novas organizações políticas, religiosas e culturais, por outro, é motivadora de conflitos, guerras e movimentos ideológicos hegemônicos, totalitários e radicais.

Num mundo globalizado, cada vez mais cedo, precisa-se aprender a conviver com as diferenças sem que elas continuem a representar uma ameaça ou o que a ideia de “certo e errado”, seja algo a ser concluído e determinado pela pressão de sociedades com mais privilégio histórico, político, econômico, cultural ou tecnológico.

No Brasil de alguns anos atrás, o ensino escolar passou a ideia equivocada de que todo brasileiro é o resultado apenas biológico da mistura de negros, brancos e índios, ignorando ou desprezando os aspectos culturais dessas influencias e as posteriores migrações de outros povos, que se fixaram em regiões especificas do país criando novas diversidades físicas, culturais e econômicas. Hoje, historiadores, sociólogos, pedagogos, filósofos e biólogos se esforçam em mostrar a complexidade dos elementos formadores das características e particularidades evolutivas da convivência humana, que por vezes, interagem e se preservam entre si de forma dinâmica e de acordo com as condições do ambiente.

Estima-se que atualmente apenas cerca de 15% dos países sejam etnicamente homogêneos, é completamente irracional, portanto, que na chamada “era espacial” as sociedades ainda queiram padronizar comportamentos, impor regras ou rótulos a qualquer tipo de povo ou raça do planeta. É preciso desde cedo, tornar as diversidades humanas divulgadas, conhecidas e explicadas em seu contexto histórico e geográfico, para que através da compreensão, se obtenha tolerância e respeito nas convivências sociais, eliminando em definitivo, desnecessário o misoneísmo[1] do nosso instinto de preservação.

O Multiculturalismo (ou pluralismo cultural) já é uma realidade em lugares como Canadá e a Austrália. Já em alguns países da Europa, percebe-se um sentimento monoculturista que tenta, de forma sutil, fazer com que os imigrantes assimilem a cultura local em detrimento a sua própria identidade natural.

Uma das formas mais cruéis de etnocentrismo[2] é o preconceito que é gerado pela necessidade de ignorar, segregar ou discriminar situações ou pessoas consideradas diferentes durante a convivência diária. Aquele que se nega a conhecer ou aprender sobre a pluralidade cultural torna-se obsoleto, vazio e por vezes cruel, inclusive, entre os que lhe são comuns, alem de contrariar a Declaração Universal dos Direitos Humanos e princípios constitucionais de vários países.

As doutrinas multiculturalistas reconhecem a vulnerabilidade das chamadas minorias sociais (negros, índios, mulheres, homossexuais, etc.) e buscam incentivar, proteger, respaldar e legalizar movimentos que lutam contra a homogeneização das sociedades através de esclarecimento público sobre excluídos e discriminados, mostrando-os como fator de enriquecimento cultural.

Suely Azevêdo.


[1]"Misoneísmo" é o termo que designa o medo irracional expresso sob forma de preconceito e resistência ao que é novo.
[2]”Etnocentrismo”: visão de mundo da sociedade branca dominante que se toma por mais importante que as demais.


BIBLIOGRAFIA:
· MOREIRA, Antonio F. B. : CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo. 1ª Ed. Petrópolis. Vozes, 2008.
· Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) volume 10.1
· E-DICIONÁRIO DE TERMOS LITERÁRIOS: http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/M/multiculturalismo.htm
· MANUAL DO CONHECIMENTO GERAL: João Favoreto (PDF)





2 comentários:

betthy disse...

é lindo quando limos um documento no qual se trata dos direito do ser humano,mas seria melhor que tudo isso que temos por meio da internet jornais etc fosse algo que favorecesse á todos.infelizmente ainda temos muito preconceitos em todo o mundo.

Suely Azevedo disse...

Olá Betthy. A humanidade é feita da própria diversidade que defendemos respeitar... É claro que existirão aqueles que acreditam no direito de todos e aqueles não não enxergam o outro como um próximo. O importante é que aqueles que acreditam num mundo melhor não desistam e jamais parem de lutar para que assim ele seja, porque quando esses desistirem, eu nem quero pensar no mundo que teremos.

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