segunda-feira, 31 de maio de 2010

Técnicas de Apresentação: “O SHOW SOU EU!”

Não é raro artistas consagrados revelarem que ficam nervosos antes de entrar em cena. Mesmo para profissionais cujo ofício é justamente a exposição pública, como atores, humoristas e até mesmo palestrantes, apresentar-se diante de diferentes platéias é sempre um desafio.

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É compreensível que a tarefa seja muito mais difícil para profissionais de outras áreas, não preparados para estar sob os holofotes, seja em apresentações profissionais para clientes internos ou externos, ou onduzindo grupos de treinamento.

A pressão de estar sob a mira de outros profissionais atentos ou desconfiados gera ansiedade: mãos trêmulas, suor, boca seca. Em situações assim, quem nunca se perguntou: E se der branco? E se eu não souber responder as perguntas que me fizerem? E se eu corar, e morrer de vergonha? Como envolver as pessoas e tornar minha apresentação interessante? Como controlar o tempo?

    Ainda que todas essas angústias e muitas mais sejam normais e perfeitamente compreensíveis, o profissional que tem o desafio de realizar apresentações ou falar em público em situações de trabalho tem que causar uma boa impressão; dominar o medo, preparar-se devidamente, conhecer e dominar as técnicas que vão lhe garantir um excelente desempenho, mesmo em se tratando de uma pessoa tímida ou introvertida.


A VIDA IMITANDO A ARTE

Pense que os atores só se saem bem em cena depois de muito ensaio - nada é “natural” - é tudo meticulosamente planejado, e praticado à exaustão. E há uma equipe por trás de um bom espetáculo: iluminação, figurinos, cenário, direção de cena.
O bom ator domina técnicas de apresentação e interpretação. Você não precisa se transformar em ator, mas pode se beneficiar dessas mesmas técnicas para se desempenhar com desenvoltura frente a diferentes públicos no seu ambiente profissional. É disso que tratamos no nosso Workshop de Técnicas de Apresentação:

o-show-sou-eu“O SHOW SOU EU!”

   

Objetivo
Aparelhar profissionais de todas as áreas para vencerem o desafio de falar em público e realizar apresentações profissionais com segurança e desenvoltura.

Metodologia
Nossa metodologia é exclusiva, desenvolvida por Liz Bittar, que permite a assimilação das técnicas através da prática de habilidades e auto e hetero avaliações de performance.
 
Filmagem
Os participantes serão filmados no início do treinamento, e ao final, para análise de desempenho e progresso.


 

 

 

 

Roteiro

PRIMEIRO DIA: MONTANDO O ESPETÁCULO

  • Preparação da apresentação e distribuição de conteúdos
  • Apresentação do Tema: Memorização e Associação de Idéias
  • Apresentação Pessoal: Postura, Voz, Fala, Linguagem, Oratória, Gestual
  • Domínio de Palco e Segurança na Apresentação

SEGUNDO DIA:ENTRANDO EM CENA

  • Os participantes deverão preparar uma breve sessão de apresentação para o segundo dia.

Data: 16 - 17 de JUNHO de 2010 em São Paulo


Horário: 08:30 às 18:00hs
Local: Av. Paulista, São Paulo
Material Disponibilizado pelo Programa: Material do Participante
Investimento: Sob consulta

Facilitadora: Liz Bittar

Consultora em Treinamento e Desenvolvimento. Autora de programas de treinamentos corporativos presenciais e em e-learning . Fluente em cinco idiomas, tendo estudado e trabalhado nos EUA, Suíça, Inglaterra e Argentina. Autora de vários programas de treinamentos customizados em inglês, espanhol e português. Facilitadora de workshops nesses idiomas. Tradutora de textos de treinamento, e produtora de vídeos institucionais e de treinamento. Há dez anos a cargo de Consultoria especializada em Treinamento e Desenvolvimento Humano e Organizacional. Currículo disponível aqui.

Observações:
Nosso curso inclui: coffee breaks, filmagens, material didático e certificado.
Almoço e estacionamento no local, não incluídos.



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INFORMAÇÕES, RESERVAS E INSCRIÇÕES
(11) 2626-1532
cursos@lizbittarassociados.com.br
  

Professores Despreparados


27 de maio de 2010 | 0h 00

- O Estado de S.Paulo

Por falta de docentes qualificados em disciplinas muito específicas, a rede pública de ensino básico do Estado de São Paulo anunciou que terá de continuar utilizando professores temporários em 2011. A informação revela as dificuldades que as autoridades educacionais paulistas vêm enfrentando para tentar melhorar a qualidade da educação fundamental e média, mediante o aumento do número de professores selecionados em concurso público pelo critério de mérito.

Dos 181 mil docentes temporários que se submeteram a um exame de avaliação preparado pela Unesp e aplicado em dezembro de 2009, cerca de 88 mil não alcançaram a nota mínima para lecionar. Ou seja, quase metade dos candidatos foi reprovada, não tendo acertado metade das 80 questões. Isso deixa claro por que a categoria se recusou a ser avaliada quando a medida foi adotada pelo então governador José Serra, em 2008.

No último concurso de ingresso para o magistério público, os resultados foram tão decepcionantes quanto os da prova de avaliação dos docentes temporários. Dos 261 mil inscritos, apenas 52.839 ? 22,8% do total ? conseguiram obter a nota mínima de aprovação. Na disciplina de artes, 82% dos 13.003 candidatos foram reprovados. E, dos 29.519 docentes que disputaram as vagas de educação física, 78,8% não obtiveram a nota mínima.

Em língua portuguesa, a taxa de aprovação foi 18,1%. Em biologia, ela foi de 20,4%; em história, atingiu 23,4%; em geografia, 32,3%; e em química, 33,2%. São médias muito baixas, que revelam a má qualidade dos cursos de licenciatura. Eles despejam anualmente no mercado milhares de bacharéis sem preparo teórico e sem treinamento pedagógico para lecionar na área em que se especializaram, o que é absurdo. Que tipo de atividade didática esperar de quem não conhece a disciplina que pretende ensinar?

A taxa mais alta de aprovação foi em inglês, onde 43,6% dos candidatos obtiveram a nota mínima de aprovação. As situações consideradas críticas pelas autoridades educacionais ocorreram nas disciplinas de matemática e de física. Em matemática foram reprovados 89,3% dos 27.308 professores que participaram do concurso de ingresso. E, em física, a reprovação foi de mais de 93%, motivo pelo qual só puderam ser preenchidos 304 dos 941 cargos levados a concurso. Por causa disso, a Secretaria da Educação terá de fazer o que não queria: convocar temporários, para evitar falta de professores da disciplina nos colégios estaduais.

Como as autoridades educacionais já estimavam que fosse baixo o nível médio de preparo dos candidatos ao magistério público, os candidatos aprovados passarão por uma Escola de Formação de Professores, entre agosto e novembro. Depois do curso, esses professores terão de se submeter a um novo exame e somente os que forem aprovados lecionarão na rede escolar pública, a partir de 2011.

Dependendo dos resultados dessa prova, a Secretaria da Educação poderá ter de chamar um número ainda maior de docentes temporários, em 2011. Isso seria um retrocesso na política de melhoria da qualidade do ensino público no Estado.

Para sair desse círculo vicioso há duas estratégias complementares. A primeira é de alçada do governo estadual e consiste em investir na formação continuada do professorado, como prevê a lei que obriga os docentes da rede escolar estadual a cursar uma Escola de Formação, antes de assumir uma sala de aula, e que autoriza o governo a conceder bolsas de estímulo para o professor que fizer cursos de especialização e atingir metas prefixadas.

A segunda estratégia é de alçada da União e consiste em cobrar mais rigor dos cursos de licenciatura e criar um padrão mínimo de qualidade para que possam continuar funcionando. Como estes são baratos, uma vez que os gastos são apenas com giz e biblioteca, foi por meio deles que a iniciativa privada se expandiu no âmbito do ensino superior, a partir da década de 1990. Eles cobram mensalidades baixas, mas são muito fracos, o que sobrecarrega as Secretarias da Educação com atividades de formação e treinamento.

Chegando Mais Perto das Regras Ortográficas


"Conta-se que um menino pobre, criado num contexto pobre, foi para a escola e com freqüência dizia 'cabeu' no correr de suas conversas. A professora preocupada o corrigia dizendo: 'não é cabeu, é coube!' O menino repetia 'coube', mas logo em seguida se distraía e vinha novamente com 'cabeu'. Após certo número de tentativas infrutíferas para corrigir o aluno, a professora o chamou, entregou uma folha de papel e disse: 'Agora vamos ver se você aprende de uma vez por todas. Enquanto os outros vão para o recreio, você fica em sala e escreve cem vezes coube nesta folha'. O aluno muito contrariado, começou a escrever. Após certo tempo, havia preenchido a página toda com coube, coube, coube... Entregou para a professora e essa, desconfiada, contou quantas vezes o aluno havia escrito. Foram apenas 98. Reclamou, então: 'Eu não mandei você escrever 100 vezes? Você está querendo me enganar? Aqui só tem 98.' O aluno, na maior simplicidade se justificou; 'É que não cabeu na folha, professora'." (MORETTO, 2001, p. 69)

  


      Pequenos truques, grandes prejuízos

    Muitos professores para ensinar ortografia na escola utilizam como estratégia pedagógica a descrição e a classificação de palavras isoladas. Dessa maneira, toda a ação é concentrada no reconhecimento de dígrafos, encontros vocálicos e consonantais em exercícios que primam pelo treinamento e cópia de palavras. Quando essas atividades são dadas, o professor acredita estar ensinando ortografia, mas seu efeito não vem sendo nada satisfatório. A grande maioria dos alunos apenas memoriza as instruções, formulando algumas noções ortográficas de forma passiva e mecânica, sem, no entanto compreender, de fato, o sentido das atividades propostas.

    Promover o estudo da ortografia é muito mais do que ensinar um conjunto de regras que visam à descrição da língua de acordo com a norma-padrão. As tarefas voltadas para a compreensão da ortografia devem ser, antes de tudo, atividades de reflexão sobre a língua em suas duas modalidades: escrita e falada. É no estudo sobre as relações entre o "como se fala" e o "como se escreve" que o aluno percebe as diferenças entre os dois códigos, compreende as convenções do registro escrito. Como você viu na aula anterior, a escrita nunca será espelho da fala. Cabe à escola explicitar e discutir tais diferenças. Qualquer tentativa de ensino, baseada na memorização de um conjunto de regras, sem uma reflexão mais ampla acerca do funcionamento da linguagem verbal resultará em empobrecimento do ensino ortográfico.

    Um dos equívocos cometidos pela escola é tratar o registro lingüístico que o aluno traz de casa como um empecilho ao ensino da ortografia. Forçar o aluno a falar como escreve não o ajudará a compreender o funcionamento da escrita. Muitos erros de ortografia são decorrentes das concepções tradicionais de alfabetização que lidam com o processo de transcrição dos sons da fala como se a língua fosse uma entidade homogênea ditada pelos rigores da Gramática.

    De acordo com Zorzi (2003), as omissões gráficas não são aleatórias. Cabe ao professor observar a lógica estabelecida para o aluno grafar as palavras. É muito importante que o professor reflita sobre os princípios que direcionam a sua prática pedagógica.

"...Quando a proposta metodológica enfatiza, por tempo prolongado, somente palavras escritas com sílabas formadas regularmente por consoantes e vogais, isto significa estar adiando a apresentação de outras possibilidades de construção silábica, ou seja, a criança não está sendo devidamente introduzida à realidade da escrita. Assim sendo, ela poderá tomar a combinação CV como padrão regular da escrita e, quando tiver que escrever palavras que não correspondem aos modelos aos quais está mais familiarizada, a possibilidade de erros irá aumentar, podendo se manifestar como omissão de letras." (p. 56)

   
Acréscimo de letras e hipercorreção


    Chamamos atenção para alguns casos de omissão de letras que podem estar relacionados à falta de sincronia entre o ato de pensar uma palavra e grafá-la no momento seguinte. O alfabetizando, por ter pouca experiência no campo da escrita, ainda não desenvolveu procedimentos de controle sobre a sua produção gráfica. Por isso, a importância de se estimular o hábito do aluno revisar os textos no ato de sua produção. O auxílio do professor na atividade de revisão é imprescindível, visto que o aluno se sentirá mais seguro e manterá uma postura reflexiva diante das solicitações proposta pelo professor.
 
    

      Borboleta – borbolheta
        Trabalhar – trabralhar
        Bandeja – bandeija
        Beneficente – benefeciente
        A – há
         Espelho – espelhio
           Armadilha – armaidilha
           Queria – querinha
           Igual - ingual
 
 
    O processo de aprendizagem do código escrito, de acordo com as convenções ortográficas, envolve atividades de regulação do uso das letras por parte de quem está aprendendo a escrever. Podemos dizer que o aluno quando começa a adquirir certa consciência dos ditames gramaticais, procura desenvolver alguns mecanismos para se aproximar da grafia correta. Tal procedimento tem a ver com a influência que a escola exerce sobre o aluno no ato de corrigir e lidar com os erros no espaço escolar. Na tentativa de se autocorrigir, o aluno acaba por estabelecer algumas analogias que não condizem com registro padrão. Por exemplo, o aluno acrescenta letras onde não devia, estabelecendo uma relação equivocada na hora de grafar uma determinada palavra. Dizemos que o sujeito generalizou um fato transferindo um determinado conhecimento indevidamente. É o caso da criança que sabe escrever "queridinha". Por acreditar que a palavra "queria" também deve ser composta de "nh" formula a frase "Eu não querinha está neste lugar". É comum, também, as crianças grafarem vocábulos dobrando a letra "r" ou a letra "s" por ainda não terem clareza do contexto em que elas devem ser usadas. Sendo assim, escrevem "ouvirrão", "ararra", " rroda", "paissagem". Nesse caso, a criança ainda não aprendeu que a representação dos sons vinculados às letras "r" e "s" é determinada pela posição da letra no contexto da palavra.
    
    A grande maioria dos casos de acréscimo indevido de letras tem forte vinculação com o mecanismo de hipercorreção. Tal fenômeno ocorre quando o indivíduo tem certa consciência dos condicionamentos ortográficos, mas ainda não sabe usá-los adequadamente. Sendo assim, a transgressão de uma norma é decorrente de uma generalização indevida no plano da fala e/ou no plano da escrita. No plano da escrita, exemplificamos um caso de hipercorreção narrando a situação do sujeito que viu escrito em algum lugar as formas gráficas "há" e "espécie". Sendo assim escreve um bilhete para a sua namorada: "Vou há festa na casa de Rodrigo, por favor, não me esperie".

    No plano da oralidade, é só lembrarmos de um personagem interpretado por José Wilker (o bicheiro Giovani Brota da novela Senhora do Destino), que, ao tentar se expressar de acordo com os rigores da gramática, acabava por construir formas lingüísticas estranhas decorrentes de um excesso de correção.
Verbete.

Chamamos hipercorreção ou ultracorreção o fenômeno que decorre de uma hipótese errada que o falante realiza num esforço para ajustar-se à norma padrão. Ao tentar ajustar-se à norma, acaba por cometer um erro. Por exemplo: pronunciar 'previlégio' imaginando que privilégio é errado; pronunciar "bandeija" achando que bandeja é errado. Pronunciar "telha de aranha" achando que teia de aranha é errado. (BORTONI, 2003, p. 28)


    Muitos casos de hipercorreção (associado ao acréscimo de letras) são decorrentes de uma correção exagerada por parte do professor. Quando o professor censura o aluno dizendo "Não se fala tesora, se fala tesouura" sem discutir a questão, ele abre brecha para uma assimilação mecânica. O aluno memoriza as afirmações e transfere esSe saber superficial para outras situações, escrevendo "professoura", "espeira", "carinhio". Toda didática fundamentada na artificialização da pronúncia para enfatizar o uso e o som de determinadas letras, acaba por causar danos à aprendizagem da escrita, podendo criar vícios de soletração. Sem falar nas generalizações equivocadas que podem acompanhar o aluno por toda sua vida escolar.


José Ricardo Carvalho da Silva
4º período, campus Niterói
Professor da Faculdade Maria Thereza (Pedagogia)
Mestrando em Pedagogia




sexta-feira, 28 de maio de 2010

Libras



    Libras significa: Língua Brasileira de Sinais e foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.
 

Assista entrevistas do Jornal Visual, sinalizadas em Libras
TVE Brasil
  



    A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.
    Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
    Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, dispõe o seguinte:

http://libras.files.wordpress.com/2008/07/alfabeto-em-libras.jpg

 
“O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, conforme legislação vigente”.




No ano de 2002, a comunidade surda brasileira pôde comemorar uma grande vitória: a regulamentação da Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.

Esse importante fato colabora para a garantia dos direitos das pessoas surdas como cidadãos brasileiros.

A AJA decidiu produzir e distribuir o DVD para o curso de Libras a fim de atender as necessidades das pessoas que desejam aprender Libras nos mais remotos pontos do territorio brasileiro, até então carentes desse material educativo.

Cabe ressaltar que a AJA não pretende, com distribuição desse material pedagógico, substituir a formação básica presencial em Língua de Sinais, mesmo porque temos consciência de que essa formação requer a presença de um professor surdo, inclusive para verificar a correta produção dos sinais pelos participantes.









Equipe de Produção de Material de Libras
Silvana Patrícia de Vasconcelos, professora ouvinte, pedagoga, especialista na área de surdez.
Fabrícia da Silva Santos e Gláucia Rosa de Souza, ambas professoras surdas com habilitação em magistério.



Clique aqui para adquirir esse material




 

Visão Analítica do Uso da Informática na Educação no Brasil

VISÃO ANALÍTICA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO NO BRASIL: 


a questão da formação do professor




    A História da Informática na Educação no Brasil data de mais de 20 anos. Nasceu no início dos anos 70 a partir de algumas experiências na UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 se estabeleceu através de diversas atividades que permitiram que essa área hoje tenha uma identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade. Apesar dos fortes apelos da mídia e das qualidades inerentes ao computador, a sua disseminação nas escolas está hoje muito aquém do que se anunciava e se desejava. A Informática na Educação ainda não impregnou as idéias dos educadores e, por isto, não está consolidada no nosso sistema educacional.

    Diante desse quadro, a pergunta que se faz é: "por que essa proliferação não aconteceu"? Talvez a resposta mais óbvia seja: "faltou vontade política dos dirigentes", projetos mais consistentes e corajosos e, conseqüentemente, verbas. Mas a resposta não é tão simples.

    Focar a discussão somente na falta de recursos financeiros parece muito superficial. Nesse momento, quando se inicia o ano de 1997 e o Governo Federal cria condições para a disseminação da Informática na Educação, é extremamente oportuna a reflexão sobre essa longa caminhada e a compreensão de como essa disseminação pode ser efetivamente mantida dentro de propostas competentes e viabilizadas pela comunidade científica e educacional.

    A posição que defendemos é que, além da falta de verbas existiram outros fatores responsáveis pela escassa penetração da Informática na Educação. A preparação inadequada de professores, em vista dos objetivos de mudança pedagógica propostos pelo "Programa Brasileiro de Informática em Educação" (Andrade, 1993; Andrade & Lima, 1993) é um destes fatores. Esse programa é bastante peculiar e diferente do que foi proposto em outros países. No nosso programa, o papel do computador é o de provocar mudanças pedagógicas profundas ao invés de "automatizar o ensino" ou promover a alfabetização em informática como nos Estados Unidos, ou desenvolver a capacidade lógica e preparar o aluno para trabalhar na empresa, como propõe o programa de informática na educação da França. Essa peculiaridade do projeto brasileiro aliado aos avanços tecnológicos e a ampliação da gama de possibilidades pedagógicas que os novos computadores e os diferentes software disponíveis oferecem, demandam uma nova abordagem para os cursos de formação de professores e novas políticas para os projetos na área.

    O artigo descreve, inicialmente, os principais marcos do desenvolvimento da Informática na Educação nos Estados Unidos da América e na França. O Programa Brasileiro de Informática na Educação, de certa forma, foi influenciado pelo que foi realizado em Informática na Educação nesses países e, portanto, a discussão dessas realizações cria um contexto bastante importante para entender o Programa Brasileiro. Em seguida o artigo descreve as bases para a Informática na Educação no Brasil de forma genérica uma vez que o artigo da Maria Cândida de Moraes (ver páginas xxxxx) detalha as principais ações do Programa Brasileiro de Informática na Educação. Finalmente, aprofunda nas questões da formação do professor e dos avanços tecnológicos em consonância com as exigências e peculiaridades do Programa Brasileiro.





            

José Armando Valente -NIED-UNICAMP / PUC-SP
Fernando José de Almeida -PUC-SP





terça-feira, 25 de maio de 2010

Misoneísmo

POR QUE TER MEDO DO QUE É DIFERENTE?


"Misoneísmo" é o termo que designa o medo irracional expresso sob forma de preconceito e resistência ao que é novo. Tudo o que é novo é aquilo que nos é diferente. Podem reparar: aquelas coisas que nunca vimos antes, invariavelmente, à primeira vista, nos parecem estranhas e aterrorizantes, mesmo que no fundo nos causem um certo fascínio. Até certo ponto este sentimento misoneista é absolutamente natural: até este ponto em que ele se situa entre a curiosidade e o medo, a atração e a aversão. Quando este misoneísmo se mistura à moral e, pior, quando deles nasce um comportamento discriminatório e segregacionista, podendo chegar aos horrores sociais da xenofobia declarada, do nacionalismo, do racismo, do "apartheid", da escravidão ou do genocídio; do misoginismo, do sexismo ou da homofobia; da segregação religiosa, do fundamentalismo ou das assim chamadas "guerras santas", o que era natural, assume aspecto monstruoso e muda rapidamente de figura. Como ocorre este processo? Como identificar a tênue fronteira entre a discriminação e o misoneísmo? Como evitar a degeneração de um instinto natural humano?

Imagino que a única resposta a estas questões acima é a consciência. Quando se tem consciência deste processo, da existência do misoneísmo e de seus perigos potenciais, pode-se refletir sobre o próprio medo e, a partir de uma postura racional, combatê-lo de forma declarada, com coragem e compreensão de que o que nos é diferente não necessariamente é ruim. Este movimento de consciência racional reflexiva mostra-nos invariavelmente a diversidade humana e revela-nos, nesta diversidade, que o que é diferente é exatamente aquilo que vem enriquecer nossa visão, até então parcial, do existir humano. Afastados interesses políticos, sociais e econômicos de cunho escuso e tortuoso, este caminho é o único que se apresenta racional e propriamente humano, superando aos poucos um primeiro impulso instintivo, primitivo e animal, representado pelo misoneísmo.

A coisa já começa por um aparentemente inocente jogo de futebol, onde somos "nós" contra "eles". Deste confronto podem aparecer do fundo da alma humana, oriundos de tempos pré-históricos, sentimentos extremamente destrutivos que podem jogar um grupo contra o outro, até níveis absolutamente selvagens, como não raro se vê em espetáculos bárbaros de brigas entre torcidas ou mesmo antagonismos entre cidades, países ou povos inteiros, que, a priori, deveriam ser grupos irmãos unidos pelo esporte. A espécie humana é uma raça muitíssimo agressiva e acaba "aproveitando-se" de desculpas coletivas como estas para dar vazão à toda agressividade contida. É exatamente por esta razão que povos tradicionalmente mais contidos é que serão aqueles que mais belicosos se apresentarão em situação de "exceção", tais como os "Hulligans". A aparição destes sentimentos selvagens se dá normalmente de forma insidiosa e lentamente progressiva, solapando aos poucos as defesas psíquicas e distorcendo gradativamente o verniz civilizado. Isto é eximiamente apresentado no filme "O Senhor das Moscas" ou na estória do "Médico e do Monstro". Este lado oculto e reprimido de nossa existência, é conhecido como "Sombra". Inevitavelmente a Sombra se aproveita de nossa tendência natural ao misoneísmo para manifestar-se: há que se cuidar para não ser por ela dominado.

Tudo fica muito pior quando existe um contexto social, histórico ou geopolítico que venha a corroborar racionalmente, ainda que de forma falaciosa, este sentimento primitivo e selvagem que emerge a partir do misoneísmo. Quando há séculos ou mesmo há milênios existe uma tendência generalizada de uma sociedade como um todo em apoiar a discriminação e quando para tal usam-se leis morais ou religiosas, a Sombra ganha plenos poderes para manifestar-se em seu lado mais doentio e feroz. A opressão contra a mulher, o racismo contra os negros, a crítica à homossexualidade e os confrontos religiosos são exemplos desta magnitude. As sociedades arbitrárias e neuróticas necessitam de um "bode expiatório" para justificar seus desacertos e desventuras. Eleitos tais "bodes expiatórios", dificilmente serão esquecidos e deixados de lado, pois, para que isto aconteça, haveria a necessidade da eleição de novos para seu lugar. Todo este mecanismo acontece em um nível inconsciente coletivo e é automaticamente transmitido de geração para geração através dos costumes e da educação. Mesmo pessoas que individualmente têm consciência destes processos, acabam por se flagrarem em atitudes preconceituosas "aqui e ali", quando impulsionadas pelo coletivo. Nestes casos, o medo de que a aceitação do que é diferente e novo venha a transformar o status quo e a colocar em risco a própria existência de todo o grupo parece absoluto e imperioso, sobrepujando a própria racionalidade e dela se utilizando para sustentar uma argumentação equivocada em nome do misoneísmo.
Um triste exemplo pode ser visto num texto publicado por um renomado professor universitário do Rio de Janeiro contra a homossexualidade: Prof. Dr. Olavo de Carvalho. Nele, este senhor demonstra claramente todo seu esforço em afastar de si seu pânico irracional frente às práticas homossexuais de diversos níveis. O único intuito de um texto assim, aliás bem articulado e elaborado, me parece ser a auto-afirmação de que sua própria sexualidade está longe de ser classificada como homossexual, apesar de deixar claro nas entrelinhas, que na infância e/ou adolescência deva ter havido algumas experiências sexuais entre ele e indivíduos do mesmo sexo. Práticas homossexuais são absolutamente comuns na infância e adolescência. O ataque aos homossexuais e à homossexualiade justificar-se-ia apenas por uma negação de sua própria homossexualidade, como extravasamento do medo e da culpa contidas nas lembranças destas práticas homossexuais do passado. O homossexual do presente seria uma espécie de "reencarnação" das culpas do sujeito cometidas num passado distante e, como tal, seria eleito o "bode expiatório" perfeito para uma auto-afirmação e para um processo catártico. Não há impedimento que, apesar de ter tido relações homo e/ou heterossexuais, uma pessoa se autoclassifique como heterossexual. O problema está em não permitir que outras pessoas se autoclassifiquem como bissexuais ou homossexuais.

Não me parece que a pura existência de homossexuais assumidos ou da homossexualidade coloque em risco a da heterossexualidade ou a de heterossexuais, bem como a de qualquer outro tipo de sexualidade. Imagino que a aceitação do diferente, não o genitalmente diferente, mas o que é comportamentalmente diverso, demonstra tão-somente uma segurança plena em relação às próprias convicções do heterossexual. Deduz-se que a não aceitação do que lhe é diverso, demonstra claramente a insegurança pessoal que o homofóbico tem em relação à própria sexualiade, gerando, como o nome indica, um medo irracional e patológico àquele comportamento que colocaria neuroticamente em risco suas idéias pouco fundamentadas sobre seus titubeantes impulsos sexuais. O verdadeiro heterossexual jamais se sentiria ameaçado pela existência do homossexual ou do bissexual. Igualmente, a homossexualiade não coloca em risco a sobrevivência da espécie humana, como afirma o prof. Olavo de Carvalho em seu texto. Primeiro, por sempre haver existido ao longo de milênios em todas as culturas conhecidas. Segundo, por existir em uma proporção que sempre girou em torno dos 10% de qualquer população, o que está longe de impedir a reprodução humana, tão comum e freqüente. Pelo contrário: a Humanidade alastra-se como uma praga por sobre este planeta! Mesmo em épocas em que estes valores foram ligeiramente maiores, a espécie jamais foi ameaçada de extinção. A fantasia da ameaça à própria existência da espécie, fundamenta-se no medo da destruição dos valores tidos como indispensáveis à sobrevivência psíquica do homofóbico, projetado por continuidade em toda a humanidade. Em outras palavras: se um homofóbico aceita a homossexualiade no outro, deve, inexoravelmente aceitar a própria homossexualiade e vê nisso a ameaça à sua própria sobrevivência enquanto indivíduo, sem se dar conta que sua homofobia confirma sua homossexualiade latente.

Igual mecanismo ocorre na mente do machista inveterado: ao rejeitar a mulher, pensa reafirmar sua própria masculinidade, sem ao menos perceber que tamanha rejeição ao por ele chamado "sexo frágil" é fruto do medo devastador que sente de ser derrotado por uma liberdade do feminino em si mesmo e na sociedade. Este medo, absolutamente irracional, é fruto de épocas muito antigas, desde há mais de 10 mil anos, quando a sistema predominante na humanidade era o matriarcado. Nestas épocas, todo o poder político e social cabia à mulher e os homens eram sistematicamente usados somente para trabalhos braçais, tidos como menores, e para a guerra. Relegados a um plano de inferioridade social, os homens resolveram se rebelar. O matriarcado, origem e base das sociedades primitivas, somente foi derrotado com o uso da força bruta por parte dos homens e com a instituição de tabus, regras e leis, claramente discriminatórias contra a mulher. O patriarcado se apóia então sobre o medo para existir: o medo do homem em ser dominado (mais uma vez) pela mulher e o medo imposto de volta do homem contra a mulher, garantindo a primazia daquele sobre esta. A personificação deste medo pode ser facilmente notada em figuras mitológicas de diversas origens, tais como personagens no estilo de Medeia, Fedra, Circe, na figura da bruxa ou na encarnação máxima deste medo: Lilith. O primoroso livro de Roberto Cicuteri, "Lilith, A Lua Negra", explora muitíssimo bem este tema, em diversos campos projetivos. Igualmente o tema patriarcado versus matriarcado pode ser visto na coletânea de textos de Erich Neumann, "Pais & Mães" ou no livro de Sigmund Freud "Totem e Tabu". Esta imensa discriminação contra a mulher, somente começou a ser corrigida há menos de 50 anos com o aparecimento dos movimentos de "liberação feminina" e das primeiras feministas e, na prática de muitos países e culturas, ainda espera uma redenção eficaz. Quem não se choca com a agressividade contra a mulher infelizmente ainda tão comum em nosso meio e em culturas patriarcais extremistas?
Circe, a bruxa da Odisséia de Homero que transforma os homens em animais.
Há quem se justifique dizendo que "a mera expressão de condenação moral não é discriminação; é exercício da liberdade de consciência". Como é possível que a moral seja expressão da liberdade??? A moral é fruto da separação entre a Luz e a Sombra, o Bem e o Mal, assumidos como tais de forma arbitrária e absolutamente variável de cultura para cultura, de época para época. Em essência: discriminatória. A moral é inevitavelmente dada e relativa, maniqueísta e ilógica, sempre a serviço de determinados interesses sociais, oligarquias e visões parciais do mundo. O mesmo já não acontece com a Ética que se pretende uma dedução lógica da maneira do agir, procurando o que poderia ser a idéia do Bem Universal. Mesmo a Ética ainda se apresenta por vezes contraditória e pouco concludente. O que não se diria da pura e simples moral... É verdade que um indivíduo, ainda que contra a Ética, tenha o direito de ser discriminatório e moralista, mas este direito per se não legitima sua posição ou a moral por ele adotada. Ler estudos de Marie-Louise von Franz sobre a Idéia Arquetípica do Mal. Igualmente Simone de Beauvoir, ainda que com argumentos totalmente diversos, concordaria com esta colocação (ler "A Moral da Ambigüidade"). Kant pode aplicar seus Imperativos Categóricos a todos os seres racionais, como por ele é definido, desde que exclua deste conjunto os Seres Humanos, muito mais complexos e compostos que puramente racionais e pensantes.

Também é possível que se diga que "o preconceito mesmo, por irracional e fanático que seja, não é discriminação, desde que não se expresse em atos agressivos ou danosos". Absolutamente de acordo. Infelizmente, na prática, o que ocorre é que o preconceito leva, na maioria das vezes, a tais atos agressivos ou danosos. Ou seja: um indivíduo somente teria o direito de permanecer preconceituoso, ainda que contra a Ética (repito), apenas se jamais agisse de acordo com tais preconceitos contra indivíduos que exercem atos contrários às suas idéias pré-concebidas ou ainda, sem que jamais agisse contra as ações por eles praticadas. O que equivale dizer que qualquer um tem o direito de ser misoneista, contanto que permita que todos se expressem livremente (inclusive em atos) e que a pluralidade humana seja uma possibilidade viável em qualquer local ou momento.

Quando estes preconceitos milenares estão a serviço da manutenção da hegemonia política e/ou de um determinado grupo, as proporções mais catastróficas deste processo se apresentam. Pois não era de extremo interesse das classes dominantes que os negros continuassem a ser considerados seres inferiores para que a mão de obra escrava pudesse continuar a ser utilizada nas Américas? O belíssimo filme de Steven Spielberg, "Amistad", demonstra isto claramente na narrativa dramática e realista de uma história real. Exatamente da mesma forma o regime de "apartheid" na África do Sul não era extremamente confortável para as elites que dele tiravam proveito econômico e político? O mesmo não ocorre com o sistema de castas na Índia? Não se poderia dizer que a segregação social, tão comum no Brasil, não está a serviço das elites que se beneficiam com a perpetuação da existência de uma massa inculta, sem consciência política e manipulável? Pois não é vantajoso para os chamados países do "Primeiro Mundo" a existência de países pobres que por eles são explorados? Pois não foi então o dinheiro e os bens usurpados da população judaica da Europa que financiou a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial? Todos estes sistemas segregacionistas de igual maneira se beneficiam de um pseudo-sentimento misoneista para um ganho secundário de enorme tamanho, mantido disfarçado por sob uma capa de simples preconceito étnico, religioso ou social. Nestes casos, são manobrados e manipulados tanto os preconceituosos quanto os discriminados.
Mesmo nos casos em que aparentemente as partes do jogo estão claramente delimitadas, pode-se perceber uma manipulação dos fatos e da opinião pública em favor de determinadas elites. No recente acontecimento da tragédia do "World Trade Center" em Nova Iorque, apesar do inegável horror dos acontecimentos por todos testemunhados, poucos foram aqueles que se questionaram sobre a legitimidade da resposta arbitrária e extremamente agressiva dos Estados Unidos contra uma população pobre e já tão sofrida com inúmeras guerras anteriores. O que o infeliz povo do Afeganistão tem a ver com os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001? Qual o direito que o país mais rico do mundo tem de interferir drasticamente na cultura de um outro povo que contra ele jamais fez um ato de guerra? Será possível que ninguém tenha noção de que com o valor de um único míssil jogado sobre uma população civil indefesa seria possível que se alimentasse todo o povo afegão por um mês inteiro? Qual a relação existente entre os árabes e muçulmanos de todo o planeta (inclusive do Brasil) com os atos de uma pequena minoria fundamentalista e fanática? Por que todo um povo deve ser segregado como "bode expiatório" de uma "meia-dúzia" de terroristas absolutamente insanos? Ou será que ninguém notou a arbitrariedade com que os árabes e muçulmanos em geral da região da fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina foram tratados por agentes americanos que inclusive passaram por cima da autoridade e das leis destes três países? Pensar sobre isso é vital neste momento.
Em Grego existem três formas distintas para se dizer "amor". A primeira, normalmente traduzida por "amizade" é a palavra "philia". "Philia" é o sentimento que expressa a união de "nós" (amigos) contra "eles" (inimigos). A "philia" está na base do misoneísmo. A segunda é a palavra "eros", traduzida como "amor complementaridade". Eros expressa a idéia de que no diferente reside a complementação em busca da totalidade e da harmonia, fruto da pluralidade. No entanto, na Bíblia toda vez que se lê a palavra "amor" na tradução em Português, não é a nenhuma destas palavras que se refere no original grego. É à terceira palavra a que faz referência: "agápe". "Agápe" é o "amor incondicional". Amor que une todos os seres sob o céu. Amor que ama a tudo indistintamente e que reúne em si o Universo, sem se importar com diferenças ou semelhanças. É exatamente a este "agápe" ("cáritas", em latim) que Cristo se refere em sua frase: "amai-vos uns aos outros". Há possibilidade mais abrangente ou sentimento mais nobre que este? Por que não amar o que é diferente?











O Mundo em Transformação

Os Estados Unidos em transformação

    Um estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brookings, em Washington, oferece uma prévia do Censo de 2010 e revela as profundas mudanças sofridas pela população americana na última década.
    Segundo o documento, um terço da população dos Estados Unidos atualmente não é "branca" (o Brookings usa o termo "não branco" para designar hispânicos, negros, asiáticos e representantes de outras raças).
    A participação desses grupos vem crescendo e, em 2042, eles serão a maioria no país.     De acordo com o estudo, minorias étnicas e raciais foram responsáveis por 83% do crescimento da população americana na última década.
    A população dos Estados Unidos passou dos 300 milhões de habitantes em 2006 e, segundo o Brookings, deve chegar a 350 milhões de pessoas por volta de 2025.
    Os imigrantes, que em 1970 representavam 5% da população, hoje respondem por 12%.
    Segundo o relatório, patrocinado pela Fundação Rockefeller, um quarto das crianças americanas são filhas de pai ou mãe imigrante.
    Nas grandes regiões metropolitanas, foco principal do estudo, um em cada seis habitantes nasceu fora dos Estados Unidos.
    Os dados revelam também que a desigualdade é grande. De acordo com o relatório, 85% dos adultos hispânicos e afro-americanos não têm diploma universitário, percentual bem abaixo do registrado entre "brancos" e asiáticos.
    Segundo os autores do estudo, os líderes americanos, tanto em nível federal quanto nos Estados e municípios, precisam cada vez mais levar em conta esse novo perfil demográfico do país na hora de planejar suas políticas.
    Entre as sugestões, está a realização de uma reforma ampla nas leis de imigração, para "proteger as fronteiras" e oferecer um caminho para a legalização e apoio para práticas que facilitem a incorporação dos imigrantes.


Nova York e os imigrantes

  protesto226.jpgEm meio ao debate sobre imigração nos Estados Unidos, acirrado depois da aprovação de uma polêmica lei no Arizona, o Estado de Nova York ganhou o centro das atenções nesta semana.     Em uma medida considerada "corajosa" e "surpreendente" pelo jornal The New York Times, o governador         David Paterson anunciou que seu Estado vai criar uma comissão para analisar a concessão de perdão a imigrantes legais que correm risco de deportação por terem cometido pequenas infrações.
    Com sua decisão, o governador desafia a rígida legislação federal, pela qual imigrantes legais podem ser deportados por crimes como furto ou porte de pequenas quantidades de drogas, mesmo que o delito tenha sido cometido anos atrás.
    Ao anunciar a medida, Paterson disse que algumas leis de imigração americanas eram "embaraçosamente e injustamente inflexíveis".
    O anúncio ganhou destaque ainda maior por ocorrer poucos dias depois de a governadora do Arizona, Jan Brewer, ter assinado uma lei que torna crime a presença de imigrantes ilegais no Estado e permite à polícia parar e revistar qualquer pessoa sobre a qual paire "suspeita razoável".
    Uma semana depois, o Departamento de Educação do Arizona determinou que professores com sotaque não tenham permissão para ensinar alunos que estão aprendendo inglês.
    As negativas do governo do Arizona de que a nova lei de imigração seja discriminatória não foram suficientes para impedir protestos em diversas cidades americanas, boicote a empresas e ao governo do Estado e ações na Justiça.
    A lei provocou também reações de diversos países e organizações. O Itamaraty disse, em nota, que o Brasil "se une às manifestações contrárias à lei" e "espera que seja revista".
    O México foi além e recomendou a seus cidadãos que evitem viagens ao Arizona, em uma medida que pode comprometer a indústria do turismo no Estado.
    A polêmica, porém, está longe de ser encerrada. Pesquisas de opinião divulgadas nesta semana revelam que os americanos ainda permanecem divididos a respeito da questão da imigração e do que fazer com os cerca de 12 milhões de ilegais que atualmente vivem no país.


A próxima polêmica na agenda de Obama

    Depois da vitória conquistada por Barack Obama com a aprovação da reforma da saúde, muito tem se falado sobre os próximos desafios na agenda do presidente americano.
    Entre os vários temas pendentes, pelo menos um promete causar ainda mais polêmica do que as mudanças no sistema de saúde: a reforma das leis de imigração.
    Um documentário exibido pela TV americana na semana passada dá uma ideia da batalha que o governo terá pela frente.
    The Senators` Bargain ("A Barganha dos Senadores") mostra os bastidores da conturbada tentativa de aprovar a reforma migratória em 2007, com destaque para a atuação do senador democrata Ted Kennedy, morto no ano passado.
    Kennedy foi o responsável por um acordo bipartidário, chamado de "a grande barganha", para tentar salvar o projeto, que poderia regularizar a situação de 12 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.
    O filme, dirigido por Michael Camerini e Shari Robertson, relembra as difíceis discussões, negociações e concessões feitas para tentar aprovar a proposta.
    No fim, a forte resistência no Congresso, principalmente por parte dos conservadores, acabou enterrando o projeto, que era uma das prioridades do governo de George W. Bush.
    Durante a campanha eleitoral, Obama prometeu que a reforma migratória teria atenção especial em seu primeiro ano de governo.
    A crise econômica acabou forçando o presidente a adiar os planos, mas agora os eleitores hispânicos, que o ajudaram a chegar à Casa Branca, parecem estar perdendo a paciência.
    No mesmo dia em que os deputados aprovaram a reforma da saúde, milhares de imigrantes realizaram uma marcha em Washington para pedir que a reforma migratória passe a ser a prioridade do governo e do Congresso.
    Um projeto apresentado neste mês pelo senador democrata Charles Schumer e pelo republicano Lindsey Graham tenta ressuscitar o debate.
    No entanto, com a proximidade das eleições legislativas de novembro e com a alta carga de controvérsia envolvida, poucos acreditam que o tema avance ainda neste ano.




IX Sarau Literário - Curso de Letras




Ana Claudia Augusto
Auxiliar Administrativo
Anhanguera Educacional S.A.
( 55 19 3561-8393 r.405 ) celem.pira@unianhanguera.edu.br
Centro Universitário Anhanguera - Unidade Pirassununga.




Tecnologia Aplicada à Educação -



    Pedagogia Tecnicista: considera o ser humano como produto do meio, portanto considerava possível modelá-lo socialmente pelo controle rígido das atividades pedagógicas que eram dirigidas de forma mecânica, automática, repetitiva e programadas para ordenarem os conteúdos a serem ensinados e dos valores morais neles presente. Essa concepção surge nos EUA e é introduzida no Brasil entre 1960 e 1970 e serviu também para ajudar na consolidação do regime militar durante esse período histórico. O ensino tecnicista baseia-se em estímulos externos e as reações dos alunos também são controladas externamente através dos meios e os métodos didáticos. É nesse período que o espírito crítico e reflexivo é banido das escolas.

Prática Pedagógica: também conhecida como: “fazer pedagógico” e consiste em determinar as atividades específicas do professor e do aluno no processo de ensino e aprendizagem. Alguns exemplos desta prática são: dar aulas ou pesquisar o ambiente escolar, além de criar novos conceitos e pesquisas.

Didática: é a ciência responsável pelaorma mais eficaz de ensinar terminado assunto considerando o método mais adequando à realidade etária e cognitiva do aluno.


Saber Pedagógico: todo profissional precisa adquirir os saberes necessários para atuar em sua profissão, para o professor de qualquer nível de ensino, além dos saberes curriculares, disciplinares e da experiência, ele precisa ensinar o que aprendeu através de métodos eficientes e facilitadoras da aprendizagem. Portanto, o “saber pedagogico” é o conjunto de técnicas e conhecimentos utilizados pelos professores para realização do processo de aprendizagem e envolve diversos saberes como:

  • Conhecimento das disciplinas (conteúdos a serem ensinados)
  • Conhecimentos curriculares (programas das disciplinas); 
  • Conhecimentos profissionais (das ciências da educação);
  • Experiência didática (produzidas no cotidiano);
  • Domínios culturais (relativo à cultura pessoal do professor);




    Tecnologia Educacional: é a forma como se combinar objetivos específicos em um sistema planejado de administração, realização e avaliação do processo ensino-aprendizagem. A Tecnologia possui quatros grandes características:
  1. ensino e treinamento de princípios científicos;
  2. materiais e equipamentos mecânicos ou eletromecânicos empregados para fins de ensino;
  3. ensino em massa (uso dos meios de comunicação de massa em educação) e
  4. sistemas homem-máquina.

    Alfabetização Tecnológica: é o preparo necessário para que professores e alunos possam utilizar da melhor forma possível as tecnologias que são possíveis dentro do processo educacional. A participação de alunos e professores neste curso de Tecnologias Aplicadas à Educação pode ser considerada como um processo de alfabetização tecnológica.








Evolução Histórica dos Direitos Humanos e sua contribuição na organização da sociedade civil


    As manifestações históricas dos Direitos Humanos começam junto com as primeiras civilizações, onde já foram encontrados mecanismos de proteção individual como o Código de Hamurabi (1690 a.C.), talvez o primeiro a reconhecer que todos têm direito a vida, a propriedade, a honra, a dignidade, a família e etc.
    Posteriormente na Grécia, sob forte influencia filosófica e religiosa, surgem os primeiros estudos sobre a necessidade da igualdade e liberdade entre os homens. Em 441 a.C. Antígona sugere que a participação política para todos os cidadãos era essencial ao equilíbrio dos sistemas políticos, contribuindo para o surgimento da democracia. Contudo, foi o Direito Romano que atribuiu ao Estado a tutela dos direitos individuais.
    A primeira codificação complexa e pública de proteção aos direitos do cidadão foi a chamada: Lei das 12 Tábuas de 450 a.C. Literalmente inscritas em madeira e afixadas nas paredes do fórum romano, foram destruídas no incêndio de Roma.
    Durante a Idade Média, a natureza era considerada o produto criado por Deus.

“O Direito Natural torna-se a lei escrita por Deus no coração do homem, pois entendia-se que a natureza é uma espécie de primeiro costume, assim como costume é uma espécie de segunda natureza, segundo o conceito de Pascal.
    A concepção de leis ligadas à idéia de liberdade e igualdade como direito da natureza humana surge com os estóicos e culmina com a supremacia do direito natural sobre o direito positivo e decide que: os direitos fundamentais do homem não podem ficar sujeito a nenhum poder divino ou humano que contrarie a sua natureza.
    Foi o Iluminismo no século XVIII, que tornou o Direito Natural uma forma de libertação do ordenamento jurídico imposto pelas monarquias absolutistas e que culminaram em diversas Revoluções Liberais como: 

* REVOLUÇÃO INGLESA (1660 – 1688)
* REVOLUÇÃO AMERICANA (1776)
* REVOLUÇÃO FRANCESA (1789)
        O processo de extinção do absolutismo na Europa começa pela Inglaterra em 1688, com a Revolução Gloriosa, apoiada por filósofos iluministas e pois um fim no poder totalitário obtido no século XVI por Henrique VIII, 2º rei da dinastia Tudor. A monarquia absoluta é substituída pela constitucional e a autoridade do rei torna-se limitada pela burguesia através da Declaração de Direitos (constituição Inglesa). Esse conflito sem batalhas ficou conhecido como a Revolução sem Sangue.
        Na França, o Estado absolutista iniciado por Luís XIV (1638-1715), que ficou conhecido como “Rei Sol”, se transfere para Versalhes, cidade próxima à Paris, onde viveu em clima de luxo e ostentação, alheio às necessidades do povo cada dia mais pobre e cansado de pagar pelos desperdícios da corte francesa. Os comerciantes, apesar de ricos, sabiam que em uma sociedade estratificada não tinham a menor possibilidade de ascensão social ou título de nobreza.

        Embalado nesse cenário de ideais iluministas e conquistas populares, surge Maximilien Robespierre, jovem brilhante advogado que só aceitava casos de acordo com a valorização da retidão social e da justiça. A eloquência em seus discursos que impressionava pelas firmes convicções políticas e ideológicas finda por lhe render o titulo de “O Incorruptível”.  Foi um dos grandes defensores do sufrágio universal e da igualdade dos direitos. Ao colocar-se contra regimes escravagistas, defendia as associações populares alegando que: 

    "A mesma autoridade divina que ordena aos reis serem justos, proíbe aos povos serem escravos".

        Liderados por Robespierre, a população enfurecida, faminta e oprimida vai às ruas exigir: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE! Invadem a Bastilha (onde ficavam presos políticos ou contra a nobreza), demolindo-a manualmente, tijolo por tijolo, numa histórica demonstração de força popular e que impressiona até hoje!
        Em contraste ao conflito inglês, a revolta francesa foi extremamente sangrenta, por muitas vezes injusta e desumana. Seus líderes perderam o controle do movimento fazendo surgir o Terror, que era justificado como única forma de manter vivo os ideais revolucionários e a Guilhotina para “humanizar” os executados da revolução. 
        Com a Revolução Francesa a codificação do direito natural (ainda baseado no cristianismo) torna-se uma realidade irreversível, mas só em 26 de agosto de 1789 é declarado o Direito do Homem e do Cidadão sem a fundamentação religiosa e por meio de concepções liberais, fazendo surgir a Escola do Direito Natural que afirma: 
    “O Direito é natural do ser humano, algo inato e universal que preconiza a invariabilidade da natureza humana. E seria válido ainda que Deus não existisse.” (wikipedia)

        O reconhecimento dos direitos naturais e civis continuou a evoluir com pequenos ganhos, mas ainda com restrições de classe, propriedade, gênero e etnia até a eclosão das Grandes Guerras e o enfraquecimento do poder europeu nas colônias. Os vários avanços das tecnologias de comunicação ajudam a proliferar diversos documentos sobre Direitos Humanos, produzindo debates sobre esse tema na Ásia, África e Américas. Notícias de rebeliões populares vitoriosas insuflam o sentimento nacionalista entre os povos colonizados.
        Em 1933, Roosevelt assume a presidência dos EUA com a missão de resgatar a dignidade do país. Em seu discurso de posse, em uma ação rápida e afirma:

    "A única coisa que devemos temer é o medo".

        Após tirar o país da crise, foi reeleito três vezes, de 1936 a 1944, e durante seu governo, manteve os EUA fora das guerras européias, mas 1941, quando os japoneses atacaram Pearl Harbor, percebeu que a paz mundial dependia da união de vários países. Foi o inicio de uma série de acordos. No dia 1º de janeiro de 1942, Roosevelt em discurso, usa pela primeira vez a expressão: “Nações Unidas”. 
        No dia 24 de outubro de 1945, a ONU – Organização das Nações Unidas passa a existir oficialmente com o objetivo de manter a paz e a solidariedade internacional. Através desse órgão surge a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um marco na instrumentalização da democracia e do respeito entre povos.
        Atualmente, alem de manter a segurança internacional, a ONU promove a colaboração entre os países em busca de soluções para crises econômicas, culturais, religiosas, humanitárias e de degradação ambiental, garantindo o respeito pelo ser humano independente de sua cor, raça ou origem, ajudando a construir e manter uma sociedade melhor, mais justa e igualitária para TODOS.
        No Brasil, a Constituição Cidadã de 1988 incorporou os tratados internacionais de proteção de Direitos Humanos, atribuindo-lhes status diferenciado.
    “Os Direitos Humanos fundamentam-se na preservação da vida e sua integridade física, moral e social. A vida humana em sua plenitude manifesta-se como liberdade. Assim, a transgressão dos direitos fundamentais incide no que viola a vida – bem supremo – e sua pujança, a qual, em termos humanos, significa o direito de ser e de ser diferente, ter a liberdade de ter suas próprias crenças, bem como não sofrer discriminação em virtude de raça, cor ou condição etária ou sexual.”